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Fungos: O que devemos saber para protegê-los?

Enquanto caminhava pelas trilhas do Jardim Botânico de Jundiaí, você já deve ter observado pequenos seres imóveis, com formatos peculiares e cores fascinantes, e pode até ter se perguntado se poderia ser uma planta. Na realidade, estamos falando dos macrofungos, popularmente conhecidos como cogumelos, orelhas-de-pau, estrelas-da-terra e muitos outros nomes. São as estruturas reprodutivas que os fungos produzem e que conseguimos observar a olho nu, possuem as mais variadas formas, cores e tamanhos. Podem ser encontrados o ano todo, mas são vistos principalmente no verão devido as constantes chuvas desta estação, que são os estímulos que muitas espécies necessitam para desenvolver os macrofungos.

Além disso, os fungos constituem um dos grupos com a maior diversidade em todo o planeta. Os estudos mais recentes calculam que existam cerca de 2,2 a 3,8 milhões de espécies de fungos esperando para serem conhecidas. Os impactos causados pelos seres humanos, como o desmatamento e as mudanças climáticas, ameaçam a descoberta de novos fungos, uma vez que muitas espécies estão sendo extintas antes mesmo de serem encontradas. Neste contexto, Unidades de Conservação como a Serra do Japi e Áreas Verdes em ambientes urbanos, como o Jardim Botânico de Jundiaí, são essenciais não só para o refúgio da fauna e da flora, mas para a conservação da funga. Com base nesse cenário, uma estratégia para a caracterização e conservação das espécies, é aumentar efetivamente nossas informações sobre a sua distribuição. Como exemplo, o pesquisador Cauê de Padua Nogueira atualmente desenvolve um levantamento dos macrofungos na Reserva Biológica da Serra do Japi.  Esse projeto poderá ser utilizado como uma ferramenta para elaboração de estratégias de conservação. Até o presente momento, já foram registradas mais 30 espécies pertencentes à 24 gêneros e 17 famílias nessa área de Mata Atlântica.

Os fungos além de apresentarem uma enorme diversidade, desempenham papeis cruciais a todos os organismos, incluindo os seres humanos. São os principais responsáveis pela decomposição da matéria orgânica de todo o planeta, auxiliam no crescimento das plantas através de associações, participam do ciclo de vida de quase todos os organismos, são utilizados para produção de antibióticos e alimentos, e muito mais. Neste contexto, fica evidente a necessidade de conhecermos melhor os fungos, pois eles exercem papeis insubstituíveis.O desenvolvimento de pesquisas voltadas aos fungos pela comunidade cientifica e a voz ativa da população são de extrema importância para criação de políticas públicas que visem a conservação desse grupo que constantemente sofre com os impactos humanos. E por fim, a preservação de locais como o Jardim Botânico de Jundiaí e a Serra do Japi são essenciais para a conservação não só desse grupo, mas de toda a biodiversidade.

Fotos: Cauê Nogueira
Publicada em 26/01/2021


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