Nesta quarta-feira (11) aconteceu o “Encontro Sobre Preservação do Bioma Cerrado Regional”, uma parceria do Jardim Botânico de Jundiaí, da Prefeitura, com o Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e a Associação Mata Ciliar.
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Vagas de trabalho estão disponíveis no PAT
Cerca de 40 pessoas participaram do encontro, na Unidam
O evento, realizado da Unidade de Desenvolvimento (Unidam), teve objetivo de discutir as necessidades da preservação do Cerrado na região e reuniu 40 profissionais de ciências ambientais, administradores, engenheiros, biólogos, professores, estudantes e outros interessados, incluindo representantes do Jardim Botânico de Sorocaba.
Os participantes conheceram o embrião de um programa dedicado ao bioma que reúne as entidades e, no caso do Jardim Botânico, inclui a criação de um polo de pesquisa com a anexação de um fragmento remanescente de 16 hectares de área no bairro Fazenda Grande. “O objetivo deste trabalho é tornar este local um espaço de conservação, por meio de pesquisas e ações de proteção das espécies nativas”, explicou o agrônomo Renato Steck, citando a presença de espécies como jenipapo-bravo, araticum-do-cerrado e guaçatonga, entre outras.
Também faz parte do programa a área de recuperação do bioma dentro da própria Unidam, no Jardim Florestal, que é considerado um “cerradinho” surgido dentro de um ambiente antropizado no passado com eucaliptos e pouco considerado na ocupação urbana recente.
“É bom termos uma base de estudo para preparar nosso diálogo com os pequenos produtores, que ainda não possuem os conceitos de manejo na cultura de produção e subsistência”, comentou o agrônomo Afonso Peche Filho, enquanto ensinava técnicas de fitossociologia – levantamento de plantas por metro quadrado usando barbantes de 3 metros de comprimento em pelo menos 50 círculos de amostragem.
Projeto torna área com vegetação de cerrado em local de pesquisa
Resgate
O engenheiro florestal Thiago Pires mostrou o papel do Jardim Botânico na conservação do Cerrado. “O nosso trabalho é resgatar este bioma que as pessoas julgam não ser importante, por não ser exuberante visualmente, como por exemplo, a Serra do Japi. É importante o trabalho de educação ambiental sobre a importância desse bioma”, afirmou.
Em sua palestra sobre as ações para conservação da fauna do Cerrado na região, o engenheiro agrônomo Jorge Belix de Campos fez a reflexão de qual o papel da comunidade na preservação. “O cotidiano em que vivemos é muito acelerado. Assim, os animais não se adaptam aos novos ambientes. Não basta cercar o ambiente que ainda há bioma do cerrado. Nosso trabalho é dar condições para que esse bioma sobreviva e tenha condição de procriar”, explicou.
Renato Steck lembrou que muitas pessoas podem encontrar remanescentes do chamado bioma das árvores tortas sem perceber que existe ali uma diversidade de plantas e animais. “O Vetor Oeste é uma região onde ainda existem partes do bioma, por exemplo, mas além da área já estar degradada algumas pessoas acham que é um terreno abandonado e não um espaço de preservação. Por isso existe um projeto de criar naquele local um ponto de pesquisa e educação”, comentou.
Além desses profissionais, houve a apresentação de mesa redonda sobre o assunto com os agrônomos José Eduardo de Arruda Bertoni e Renato Ferraz de Arruda Veiga, do IAC.
Por Luiza Oliveira
Fotos: Alessandro Rosman