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Jundiaí leva seu ‘cerrado’ a congresso de botânica

Um levantamento de espécies arbustivas e arbóreas do bioma Cerrado foi o alvo de uma inédita participação da Prefeitura de Jundiaí no 11º Congresso Latinoamericano de Botânica, simultâneo ao 65º Congresso Nacional de Botânica realizado de 19 a 24 de outubro em Salvador (BA).

Com uma apresentação sobre esse trabalho de campo, que vem sendo realizado na área indicada para o Parque Municipal do Cerrado (na zona oeste), a cidade foi representada pelo engenheiro agrônomo, Renato Steck, e pelo engenheiro florestal, Thiago Pinto Pires, ambos do Jardim Botânico.

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Levantamento de campo exigiu meses de trabalho: áreas de cerrado reduzidas

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“No Estado de São Paulo resta apenas 0,84% de sua área de Cerrado, que anteriormente ocupada 14% do território. Diante dessa realidade a Prefeitura de Jundiaí iniciou um trabalho de identificação de remanescentes do bioma, localizando um fragmento de cerradão em área pública de estágio médio de regeneração com 16 hectares”, explicou o trabalho levado ao evento.

Além de Pires e Steck, atuaram no levantamento Leonardo Desordi Lobo (também do Jardim Botânico), Demétrio V. de Toledo filho (Instituto Florestal) e Cauê A.R. Silva (Pontifícia Universidade Católica de Campinas).

Amostra de espécie (“exicata”) usada para identificação botânica por especialistas

Amostra de espécie (“exicata”) usada para identificação botânica por especialistas

Um dos pontos mais impressionantes apontados nesse esforço científico é que apenas 21 das 75 espécies botânicas encontradas haviam sido registradas anteriormente em levantamentos florísticos na Serra do Japi, onde predomina o bioma Mata Atlântica. Em resumo, foram 54 registros novos de espécies arbóreas nessa pequena área junto ao bairro Parque Residencial Jundiaí 2 e o fato é visto pelo trabalho como um alerta sobre a importância de conservação desse fragmento.

As 34 “famílias” botânicas com maior riqueza no local foram Fabaceae e Myrtaceae (10 espécies cada) e Bignoniaceae e Rubiaceae (4 espécies cada), representando juntas 37,3% das angiospermas na área de estudo. Em “gêneros” botânicos, o destaque foi para Eugenia L. (com 4 espécies).

O tema geral do evento, que é o maior encontro de botânica do país e um dos maiores do continente, foi “conhecimento, interação e difusão” dentro de uma reflexão sobre o uso de recursos tecnológicos atuais para geração e difusão desse conhecimento sobre as plantas.

O trabalho específico de Jundiaí definiu como finalidade dos estudos de criação de novas estratégias de conservação como “fomento, pesquisa e educação ambiental” no município. Uma das demandas da educação da comunidade, nesse caso, é mostrar que o bioma Cerrado, apesar de sua formação mais baixa e com aparência de campo que o bioma Mata Atlãntica, abriga também uma rica biodiversidade.

José Arnaldo de Oliveira
Fotos: Fotógrafos PJ

Publicada em 29/10/2014 • Leia mais sobre


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